26/09/2010

O imaginário mundo do Dr.Parnassus


O dr. Parnassus do título (vivido por Christopher Plummer) é um homem com mais de três mil anos. Ele lidera um grupo de teatro mambembe que tenta sobreviver numa época quando as pessoas não se interessam mais por histórias. Em meio a uma úmida e atual Londres, a trupe – completada por Valentina (Lily Cole), filha de Parnassus; Percy (Verne Troyer) e Anton (Andrew Garfield) - encena o mundo imaginativo de Parnassus, que realmente existe através do espelho aparentemente cenográfico instalado no centro de seu palco. Sua moldura, no entanto, é passagem para a imaginação não do protagonista, mas do próprio cidadão que ousa ultrapassar a fronteira entre a realidade e a mente, tão cheia de ilusão truques e armadilhas. Mas o grande desafio de Parnassus é ganhar uma aposta feita há muito, muito tempo com Nick (o cantor Tom Waits), também conhecido como o Diabo.


Vale lembrar a boa solução pensada pelo roteiro, escrito por Gilliam e Charles McKeown, depois da morte de Ledger, que não havia concluído sua participação como o personagem Tony, que se junta à trupe de Parnassus. Sem o ator, os atores Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrell substituem Ledger de uma forma plausível, condizente com a história do filme.


Muitos devem ser atraídos a O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus pelo fato de ter Heath Ledger no elenco, mas este não deve ser o único motivo para assistir o filme, pelo contrário. Não é um filme fácil. Esteticamente desafiador, tem um roteiro complexo, permeado principalmente pelo surreal, que não agrada a todos os públicos, mas principalmente aos que apreciam as loucuras características do cinema de Gilliam. De qualquer forma, jamais deve ser restrito somente ao rótulo de “o último filme de Heath Ledger”; é uma obra resultante do interessantíssimo mundo imaginário de Terry Gilliam.

No caso deste filme, nada mais pertinente do que deixar a imaginação fluir...

A festa de Babette


Na desolada costa da Dinamarca vivem Martina e Philippa, as belas filhas de um devoto pastor protestante que prega a salvação através da renúncia. As irmãs sacrificam suas paixões da juventude em nome da fé e das obrigações, e mesmo muitos anos depois da morte do pai, elas mantêm vivos seus ensinamentos entre os habitantes da cidade. Babette refugia-se da guerra que assombra a França, na casa das recatadas solteironas Martina e Philippa filhas do então falecido pastor e mentor do lugarejo


A festa de Babette é o desabrochar da alma, na descoberta do prazer sem culpa. Sua festa, é claro, escandaliza os mais velhos do lugar. Quem é esta surpreendentemente talentosa Babette, que tem apavorado os moradores desta devota cidade com a perspectiva deles perderem suas almas por deleitarem-se com prazeres terrenos?

Babette mostra que a graça esta nas pequenas coisas, que a graça não é monopólio de um culto, uma religião ou somente um grupo de pessoas destinadas a viver com graça.


A graça acontece em uma mesa de jantar entre pessoas que só querem ser pessoas e não autômatos programados para negar o dom da vida...



O filme tem uma das mais memoráveis refeições jamais filmadas, sendo a comida uma metáfora para os prazeres da vida e motivo de interrogação sobre os meandros da existência. Elegantemente filmado e iluminado, A Festa de Babette exalta a gastronomia e coloca em perspectiva os caminhos percorridos na existência humana.

Venceu o Óscar e o BAFTA de Melhor Filme Estrangeiro.








12/09/2010

A single man

O filme, de roteiro baseado em um livro de Christopher Isherwood, conta a história de um professor (Colin Firth) na Califórnia de 1962 que perde seu companheiro (Matthew Goode) em um acidente. Seu luto e seu desejo de morrer são contados em um dia de sua vida, onde milhares de coisas acontecem, enquanto ele se prepara para a morte. O filme também conta com a sempre linda e competente Julianne Moore, além de uma fotográfia incrível!!



É o primeiro filme do estilista Tom Ford e não faz feio, com excelente roteiro e figurino impecável. Muito sutil sua utilização das cores monstrando a vida com cores fortes e quentes em contraste com a falta de vida cinza e pálida. Tom Ford monstra neste filme seu amor pela arte quando usa na parede do estacionamento a imagem do filme Psicose.
Atuação primorosa e contida de Colin Firth ganhador do Leão de Ouro no Festival de Veneza, merecia ganhar o Oscar, mas premia-lo com o Oscar talvez seja absolutamente irrelevante por ser um prêmio da indústria cinematográfica americana, que obviamente privilegia -sempre- atores americanos. O fundamental é que a sua atuação é consagradora e inesquecível para os que amam o cinema e seus atores.


Aos que apreciam um belo filme e ótimos atores, é imperdível mesmo! Este DVD é pra se ter na prateleira!!!

O unico problema do filme é a horrível tradução do nome em português o qual eu me recuso a prominunciar....

Rio Bravo

Rio Bravo é um faroeste clássico e enxuto, reunindo bravos heróis e uma trama emocionalmente forte.
A ele juntaram-se Dean Martin, como seu auxiliar alcoólatra, Walter Brennan, como seu velho auxiliar resmungão, cujo espírito supera seu andar vagaroso, Ricky Nelson, como um jovem pistoleiro
qurendo provar seu valor, e Angie Dicknson.
O diretor Haward Hawks expandiu as fronteiras do faroeste em Rio Bravo.


Tirando o enfrentamento final, Rio Bravo até que não tem muita ação para um western. É um faroeste de espera, quer dizer, de clima. Boa parte se passa no interior da velha cadeia e o tempo é ocupado com a convivência dos homens. A tensão sobe, pois os bandidos pedem a um grupo de mariachis que toque incessantemente uma melodia chamada A Degola. Não é preciso dizer o seu significado. Mas nem o medo abala a amizade viril, tão sólida que, ameaçado de morte, há tempo para que o grupo toque e cante duas belas melodias.
Os elementos míticos do western estão dados: a luta dos bons contra os maus, a ameaça da mulher ao universo macho, que se defende com a amizade viril, intensa e de poucas palavras.

Rio Bravo é um filme que não pode faltar na LISTA de quem realmente gosta do gênero....
Ano: 1959
Direção: Howard Hawks
141 min.